segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

2. O protesto da consciência

Ei, Protestante! Que bom lhe encontrar!

Estive pensando em nossa última conversa. Já pensaste na falta de bom senso da tese do pastor?

“Todas as religiões ensinam que o homem se salva pelas suas próprias obras; o Protestantismo, ao contrário, ensina que o homem se salva pela fé”.

Ao afirmar que o homem se salva pela fé o pastor nega, ao menos implicitamente, a necessidade de cumprir os mandamentos.

Ora, pergunte a qualquer pessoa e ela saberá que para ser agradável a Deus ela deve obedecer aos mandamentos.

Este princípio vigora em todas as religiões porque é algo inerente à consciência humana.

Honrarás pai e mãe, não matarás, não furtarás, não levantarás falso testemunho etc, são leis que se impõe a todos os homens pela voz imperiosa da consciência.

Se a religião tem por fim o aperfeiçoamento moral do homem e sua união com Deus, tudo isto não ocorre senão quando ele obedece à voz da consciência, que é a própria voz de Deus na alma. Não era assim que os pagãos podiam salvar-se antes da vinda de Cristo, já que só os Judeus conheciam os mandamentos revelados?

Como?... não acreditas?... não, não estou inventando sofismas!

Certamente tens uma bíblia, não tem?

Pois bem, vamos a epistola de São Paulo aos Romanos:

“Não são justos diante de Deus os que ouvem a lei; mas os que fazem o que manda a lei serão justificados; porque, quando os gentios que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, esses tais, não tendo semelhante lei, a si mesmos servem de lei, os quais mostram a obra da lei escrita nos seus corações, dando testemunho a eles a sua mesma consciência (Romanos II, 13-15).

O que interessa a Deus não é que se apenas acredite na lei que foi dada por Ele, mas sim que se pratique o que ela ordena. Por isso, até mesmo o gentio, cumprindo a lei que estava escrita no seu coração, podia também ele se tornar justificado diante de Deus.

Deus “há de retribuir a cada um segundo as suas obras; com a vida eterna, por certo, aos que, perseverando em fazer obras boas buscam glória e honra e imortalidade; (...) ao judeu primeiramente, e ao grego; porque não há em Deus acepção de pessoas” (Romanos II, 6-7, 10-11).


Nossa consciência nos clama obediência aos mandamentos divinos. Ela, assim como a fé, procede de Deus, nosso criador. Deveriam elas contrapor-se? É claro que não. Isso só acontece na cabeça de protestante.

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