terça-feira, 27 de dezembro de 2016

3. O desequilíbrio da Salvação pela Fé

Ei, Protestante! Como? Não... não é nesse sentido que a Igreja entende a salvação dos homens. Dizer que “boas obras são necessárias à salvação” não é o mesmo que dizer que “o homem se salva pelas obras”.

A questão é que, ninguém está dispensado de obedecer a Deus, seja pelos mandamentos revelados conhecidos, seja pela voz de Deus em sua consciência.

Se por um lado Nosso Senhor aboliu todas as cerimônias e prescrições da lei mosaica, o Decálogo ficou de pé, porque é a lei eterna que rege a alma do homem, fonte de toda a moral e todas as leis.

“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai” (Mateus VII, 21).

Por isso, é a tese do pastor tão perigosa. Se o protestante se salva pela fé, no momento em que crê, ele já está salvo! Acaso não foi exatamente isso que ouviste do pastor?

Qual o problema disso? Inúmeros, mas comecemos pelo mais blasfemo deles: Se é exclusivamente pela fé que salva homem, apenas aqueles que conhecem as verdades relevadas (pressuposto para que se tenha a fé) se salvariam. Uma pena para aqueles que não tiveram a oportunidade de ouvir o Evangelho, estão irremediavelmente condenados.

Para o pastor Deus é tão parcial que aos protestantes dá tudo de mãos beijadas e a outros nega tudo em matéria de salvação.

Mas será este o mesmo Deus da Bíblia “que quer que todos os homens se salvem” (Timóteo II, 4)? Que não tem acepção de pessoas (Romanos II, 11; Efésios VI, 9; 1ª Pedro I, 17)? Será o mesmo Jesus Cristo que “é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo (1ª João II, 2)?

Segundo o pastor, não, Deus não “há de retribuir a cada um segundo a suas obras (Romanos II, 6), mas sim providenciará a pregação do Evangelho para os seus predestinados protestantes, e estes após crer, trilharão invariavelmente o caminho para o céus.

A conclusão óbvia da salvação pela fé, sem as obras, é uma blasfêmia sem tamanho: Deus, em sua providência, predestina uns para o Céu e outros para o inferno. E, se não tem o homem participação alguma em sua salvação, se ele for condenado ao inferno é porque Deus assim o quis!

O que, não concordas?... Pergunte ao pastor se esta não foi mesma conclusão de Lutero e Calvino, os fundadores do Protestantismo.

São dois pesos e duas medidas: Para os protestantes basta crer; Para aqueles que sem culpa própria não puderam conhecer as verdade reveladas, não importa o quanto são bons, Deus reservou para eles apenas o choro e o ranger de dentes.

“Ter dois pesos e duas medidas é objeto de abominação para o Senhor (Provérbios XX, 10).

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