Ei, Protestante! Como? Não... não é nesse
sentido que a Igreja entende a salvação dos homens. Dizer que “boas obras são
necessárias à salvação” não é o mesmo que dizer que “o homem se salva pelas
obras”.
A questão é
que, ninguém está dispensado de obedecer a Deus, seja pelos mandamentos revelados
conhecidos, seja pela voz de Deus em sua consciência.
Se por um lado
Nosso Senhor aboliu todas as cerimônias e prescrições da lei mosaica, o
Decálogo ficou de pé, porque é a lei eterna que rege a alma do homem, fonte de
toda a moral e todas as leis.
“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor,
entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai” (Mateus
VII, 21).
Por isso, é a
tese do pastor tão perigosa. Se o protestante se salva pela fé, no momento em
que crê, ele já está salvo! Acaso não foi exatamente isso que ouviste do
pastor?
Qual o problema
disso? Inúmeros, mas comecemos pelo mais blasfemo deles: Se é exclusivamente pela
fé que salva homem, apenas aqueles que conhecem as verdades relevadas
(pressuposto para que se tenha a fé) se salvariam. Uma pena para aqueles que não tiveram a oportunidade de ouvir o
Evangelho, estão irremediavelmente condenados.
Para o pastor Deus
é tão parcial que aos protestantes dá tudo de mãos beijadas e a outros nega
tudo em matéria de salvação.
Mas será este o
mesmo Deus da Bíblia “que quer que todos
os homens se salvem” (Timóteo II, 4)? Que não tem acepção de pessoas
(Romanos II, 11; Efésios VI, 9; 1ª Pedro I, 17)? Será o mesmo Jesus Cristo que “é a propiciação pelos nossos pecados, e não
somente pelos nossos, mas também pelos de todo
o mundo” (1ª João II, 2)?
Segundo o
pastor, não, Deus não “há de retribuir a
cada um segundo a suas obras”
(Romanos II, 6), mas sim providenciará a pregação do Evangelho para os seus
predestinados protestantes, e estes após crer, trilharão invariavelmente o
caminho para o céus.
A conclusão óbvia
da salvação pela fé, sem as obras, é uma blasfêmia sem tamanho: Deus, em sua
providência, predestina uns para o Céu
e outros para o inferno. E, se não tem o homem participação alguma em sua
salvação, se ele for condenado ao inferno é porque Deus assim o quis!
O que, não
concordas?... Pergunte ao pastor se esta não foi mesma conclusão de Lutero e
Calvino, os fundadores do Protestantismo.
São dois pesos
e duas medidas: Para os protestantes basta crer; Para aqueles que sem culpa própria
não puderam conhecer as verdade reveladas, não importa o quanto são bons, Deus
reservou para eles apenas o choro e o ranger de dentes.
“Ter dois pesos e duas medidas é objeto de
abominação para o Senhor” (Provérbios XX, 10).
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